sexta-feira, 9 de abril de 2010

A CÉU ABERTO





Tuas palavras, mais que teus gestos,
cortaram-me em partes desiguais
como um assassinato a sangue frio;

atravessaram meu incerto destino
desviaram-me do caminho
tuas palavras, mais que teu gestos.

Nada fizeste. Mas tudo explodiste
quando disseste que te ias com outra
e que nada mais havia entre nós dois...

Louca fui eu de te amar, nem protesto.
Digo adeus em silêncio, e morro a céu aberto,
sem pensar no que virá depois...

2 comentários:

  1. despedidas e dores ficam melhores nos poemas. ficam mais belas.
    muito bom.

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  2. Aíla, sem dúvida, as palavras cortam e maltratam mais que gestos e que atitudes. O poder das palavras é muito forte:
    "ai, palavras, ai, palavras,
    que estranha potência, a vossa!
    todo o sentido da vida
    principia à vossa porta;
    o mel do amor cristaliza
    seu perfume em vossa rosa;
    sois o sonho e sois a audácia,
    calúnia, fúria, derrota...
    a liberdade das almas,
    ai! com letras se elabora...
    e dos venenos humanos
    sois a mais fina retorta:
    frágil, frágil como o vidro
    e mais que o aço poderosa!
    reis, impérios, povos, tempos,
    pelo vosso impulso rodam..." (CM)

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