Quando eu pensava que nada mais moveria os ponteiros daquele relógio
parado, esquecido entre os guardados que não se utiliza mas não se quer
jogar fora, eis que eles se movimentam como se bombeassem sangue novo
para o velho coração. Foi tanta a
surpresa que perdi as palavras e o chão, mas continuei caminhando,
esperando as respostas que o tempo ainda não trouxe para as perguntas
que eu não fiz, mas estão em fratura exposta sobre os dias, as horas, as
semanas e os meses que parecem não ter passado a cada vez que o
telefone toca e o teu nome pula dentro dos meus olhos. Foi outra vez o
inesperado que abriu fendas na terra árida e plantou flores... não sei
se irei colhê-las, mas poder vê-las da minha janela já é um bom motivo
para abrir a minha caixinha de segredos e guardar mais um enigma.
AílaSampaio
AílaSampaio
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