segunda-feira, 30 de julho de 2012

Amor a distância


Bem sei, tendem a ser fugazes os amores a distância. Não por determinação, mas pela própria natureza do que é ausente e, por isso,  não ter existência concreta. Não que o sentimento finde, como uma caixa de chocolates de que se tira o último bombom; mas porque, por descuido, pode-se esquecer de regar a planta e ela vá perdendo o viço, terminando por murchar. A falta do outro cria inevitavelmente lacunas, deixa buracos, acorda inseguranças e incompletudes. É difícil sobreviver à falta de abraços, quando cai um temporal; não ter os olhos nos olhos quando a solidão pede uma trégua. São frouxos os laços tecidos pela ausência. Não se sustentam por muito tempo as palavras nem os afetos... tudo se esvai na correnteza do rio que não se pode atravessar quando o desejo é estar do outro lado. Nem sempre a realidade coincide com as nossas vontades... às vezes resta-nos apenas aceitar que não temos escolha.

AílaSampaio





domingo, 29 de julho de 2012

Saudades




Teu nome

salta-me dos olhos
e borra o papel.

Saudades não sabem escrever poemas.



AílaSampaio

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O AMOR

 

O amor acontece quando não esperamos. Desidealizado num sorriso que transcende o arco-íris, ele amanhece as alegrias há tempos adormecidas e amacia os ninhos há muito esquecidos na aspereza dos longos invernos. O amor, não tenho dúvida, vem sempre embrulhado nas cores do inesperado, dobra as esquinas do desconhecido para nos surpreender e nos habitar como se desde sempre e para sempre, além do bem e do mal.

AílaSampaio
 
 
 

Desejo


Fui-me embora de ti
com um desejo imenso de chegar de novo
e nunca mais partir...

AílaSampaio